domingo, 4 de abril de 2010



Não há vagas



O preço do feijão

não cabe no poema. O preço

do arroz

não cabe no poema.

Não cabem no poema o gás

a luz o telefone

a sonegação

do leite

da carne

do açúcar

do pão.

O funcionário público

não cabe no poema

com seu salário de fome

sua vida fechada

em arquivos.

Como não cabe no poema

o operário

que esmerila seu dia de aço

e carvão

nas oficinas escuras

– porque o poema, senhores,

está fechado: “não há vagas”

Só cabe no poema

o homem sem estômago

a mulher de nuvens

a fruta sem preço

O poema, senhores,

não fede

nem cheira.

(Ferreira Gullar)

Imagem: Di Calvacante

quinta-feira, 1 de abril de 2010

As cores do nosso dia-a-dia.

Adoro cores. Elas fazem parte do nosso cotidiano, da nossa vida, do nosso modo de ser.
Cores estão em tudo. Quando acordamos, quando se vestimos, quando damos ou ganhamos presentes. Além do mais, as cores dão alegria!

Selecionei algumas fotos que peguei da internet.
Admirem!