sábado, 22 de maio de 2010

Graograman, a Morte Multicor


Ouviu, então, a retumbante voz do leão que dizia:
- Senhor! Passou a noite toda aqui?

Bastian levantou-se e esfregou os olhos. Estava sentado entre as patas do leão; a grande face do animal olhava-o, e o olhar de Graograman estava cheio de espanto. Sua pelagem continuava negra como o bloco de rochedo sobre o qual estava deitado, mas seus olhos faiscavam. Os archotes do teto ardiam novamente.
- Ah!, balbuciou, pensei . . . pensei que você tinha se transformado em pedra.
- E tinha, respondeu o leão. Morro todos os dias quando cai a noite e acordo outra vez todas as manhãs.

- Pensei que era para sempre, explicou Bastian.
- Cada vez
é para sempre, replicou Graograman de forma enifmática.
Levantou-se, espreguiçou-se e correu de lá pra cá na caverna, à maneira dos leões. Sua pelagem de chama começou outra vez a brilhar com as cores dos mosaicos coloridos. De repente, parou e olhou o rapaz.
(. . .)
- Você fica sempre sozinho?
O leão parou novamente, mas desta vez não olhou para Bastian. Manteve a cabeça voltada para outro o outro lado e repetiu com uma voz de trovão:
- Sozinho . . .
A palavra ecoou na caverna.
- Meu reino é o deserto. . . e o deserto é também minha obra. Para onde quer que me volte, tudo que está ao meu redor se trasforma em deserto. Trago o deserto comigo. Sou feito de fogo mortífero. Como poderia ter outro destino que não fosse uma perpétua solidão?
Bastian calou-se perturbado.

- Mas o senhor, que traz o Signo da Imperatriz Criança, pode me responder: por que tenho que morrer quando cai a noite?, continuou o leão, aproximando-se do jovem e olhando-o no rosto com seus olhos de fogo.
- Para que Perelim, a Floresta Noturna, possa brotar do Deserto das Cores, disse Bastian.
- Perelim?, repetiu o leão. O que é isso?

Bastian
falou-lhe então das maravilhas da selva de luz viva. Enquanto Graograman o escutava imóvel e espantado, descreveu-lhe a variedade e a magnificência das plantas luminosas e fosforescentes que se multiplicavam incessantemente, seu crescimento contínuo e silencioso, sua beleza sem par e seu tamanho espantoso. Falava como se estivesse encantado e os olhos de Graograman brilhavam com uma luz cada vez mais clara.

-
E tudo isso, concluiu Bastian, só pode acontecer enquanto você está transformado em pedra. Mas Perelim devoraria tudo e se asfixiaria a si mesma se não morresse e se desfizesse em pó todos os dias quando você acorda. Perelim e você, Graograman, são dois aspectos do mesmo todo.

( Livro: A História Sem Fim - Michael Ende)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Chove na tarde fria de Porto Alegre



Já passa das 12h e chove em Porto Alegre. O frio toma conta.
Passeando pelo site do Correio do Povo, deparo-me com essa imagem: três cachorrinhos protegidos com capa de chuva passeando com a dona no Centro.. A foto foi tirada por um repórter fotógrafo - Mateus Bruxel.


E continua frio e chuvoso em POA...

domingo, 9 de maio de 2010

Para todas as mães.


Mãe... São três letras apenas
As desse nome bendito:
Também o Céu tem três letras...
E nelas cabe o infinito.
Para louvar nossa mãe,
Todo o bem que se disse
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer...
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do Céu
E apenas menor que Deus.
( Mario Quintana)