Não há vagas
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão.
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
– porque o poema, senhores,
está fechado: “não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
(Ferreira Gullar)
1 comentários:
Estou passando nos blogs e sites da antiga Campanha GLBT pedindo para, quem puder, incorporar o vídeo que eu participei na Manhã Gazeta com o tema "Saindo do Armário" e mostrar ele para seus leitores e amigos. Se puder ajudar, ótimo. Se não, tudo bem também. Não quero atrapalhar "suas pautas" ou o "tema do seu blog". Ta bom? Mais info aqui: http://fabricioviana.com/video-saindo-do-armario-blogs-sites-gls/
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